"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira seguí-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos."

Descansar é preciso, temos que aprender a linguagem de nosso corpo, dar uma pausa, respirar, mudar o foco, pois estamos sujeitos ao Overtraining. A atividade física tem que ser uma rotina de prazer, e não mais um peso, obrigação, maçante, o objetivo sempre tem que ser , o que te dá prazer!

Eu sempre detestei correr, até que uma profissional de Educação Física me disse, vai para esteira ou caminhada, coloque uma música que te agrade, esqueça o cabelo, o suor, o coleguinha, e vai no seu ritmo, é que dependendo da música você dá até uma reboladinha, rsrsrsrs, e caminhe, as vezes rápido, as vezes devagar, não importa, o que vale é fazer, no seu ritmo, respeitando seus limites.

Essa mesma regra vale para todas as outras atividades, como a musculação, não importa se no leg press vai 10kg ou 200kg, depende só de você, e depende do dia, tem dia que o peso da semana passada é impossível, respeite seu corpo, comece a ouvir o que ele tem a dizer. E sempre procure um profissional de Educação Física, é ele que vai te ajudar a achar seu limite, ou vai te ajudar a chegar em seu objetivo, não tenha medo de falar para esse profissional, o que você gosta de fazer, qual aparelho te deixa mais confortável, qual abdominal é mais adequado e confortável.

Confortável??!!

Você vai escutar na Academia, você tem sair de sua zona de conforto, sim, você tem, mas tem que estar preparado para isso e se sentir em segurança.

E com a Fibromialgia é a mesma coisa, temos que aprender a descansar, a ouvir nosso corpo.

Como!!!??? Meu corpo não fala, ele grita, e grita de uma maneira que eu não consigo entender, pois a dor é insuportável…

Foi aqui que entrou a Yoga, pensa em uma pessoa cética, eu!!! Fui muito desconfiada para minha aula de yoga, primeiro não entendia nada o que a Instrutora falava, meu Tico-e-Teco não funcionava, ela falava direita e eu ia pra esquerda, ela falava respira, e eu me engasgava com meu próprio ar, digamos que foi cômico, achei tudo muito estranho, suei horrores, nunca imaginei que passaria por isso em uma aula de Yoga, mas continue firme, nem que fosse para criticar depois.

Depois de quatro aulas, consegui manter o ar por alguns segundos, que coisa absurda, quase 50 anos e nem sabia respirar direito, e como é importante, você acaba levando a respiração para todas as outras atividades, até para dormir, fiquei chocada.

Mas Yoga é só respirar? Não!

Precisa ser flexível? Não!

Yoga e Fibromialgia, nenhuma aula é igual a outra, mesmo com limitações, você habitualmente sai melhor do que entrou, com o tempo é meio viciante para o corpo, ele fica esperando aquela sensação, vou descrever uma aula minha, vou repetir, não sou profissional da área, sou uma pessoa com Fibromialgia tentando encontrar meios de conviver com ela, pois ainda não tem cura.

Minha aula de Yoga é pela manhã logo cedinho, antes faço uma caminhada de uns 30 minutos, no ritmo que der, rápido, devagar, com ou sem inclinação, coloco minha playlist e vou. Porque você não faz essa caminhada na rua, porque eu não quero, não gosto, se você quiser faça você. Me desculpe, eu sou muito desastrada, frequentemente minhas caminhadas na rua, terminam com tornozelo torcido, já estou traumatizada. Você tem desviar dos buracos, do coco de cachorro, dos carros, dos outros, sem contar essas merdinhas que querem levar nosso celular. Ficou claro.

Tudo o que vou descrever meu causou um grande estranhamento, mas hoje faz parte da minha rotina.

Duas vezes por semana. Você começa relaxando alguns minutos ao som de mantras, música e sons da yoga, deitado no chão, tipo largadão mesmo, respira e se entrega naquele momento, depois vem a reverência, o OM….isso independe de sua religião, não se preocupe, depois vamos aquecer as articulações com movimentos leves que vão aumentando gradualmente, não precisa fazer igual ao da Instrutora, ela é apenas um farol, cada um em seu limite, do iniciante ao avançado, da menina de 18 à senhora de 60 ou senhor, tem um senhor com mais de 70 na minha aula. Isso mesmo, e quando começou, nem conseguia sentar no chão.

Voltando, depois vamos fazer algumas posições propriamente do Yoga, saudação ao Sol, a Lua, árvore, peixe, cão, gato, pombo, camelo, você movimenta músculos que você nem sabia que existia, cada um em seu limite e em seu tempo, com esses movimentos vamos aprendendo a controlar a respiração, não é tão fácil segurar e soltar o ar e se movimentar ao mesmo tempo, é ai que a gente descobre que ficou no automático por muito tempo. Depois vamos para a meditação, com a respiração controlada, existe diversas maneiras, com tempo, completa, lateral, depois de tanto esforço nas posições, você acaba se entregando, até chegar o momento de ficar largadão no chão novamente, no começo você não compreende, mas nesse final, você fica a um ponto de dormir, de ir para o céu, ou as vezes parece que sem querer sua mente organiza de maneira agradável o que seria um dia daqueles, cada aula é uma experiência, como disse você nunca sai como entrou.

Mais tarde descobri que Yoga é muito utilizada para atletas para curar lesões ou quando estão em recuperação.

Lembre-se o limite da Yoga, não é a foto, a Instrutora, o coleguinha, ou o vídeo que você viu, o limite é você, se por a mão no chão para alguns, para você é por nos joelhos, está valendo, se o coleguinha prende o ar por 30 segundos e você faz em 5, está valendo, se o coleguinha fica na posição da árvore, por 30 segundos e você nem tira o pé do chão, está valendo, cada corpo é um, não se cobre tanto.
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